sexta-feira, 7 de maio de 2010

Brasil ganha espaço nos investimentos da Odebrecht

SÃO PAULO - Os investimentos do Grupo Odebrecht em infraestrutura no Brasil devem se igualar, nos próximos três ou quatro anos, aos realizados pela companhia no exterior, previu hoje o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht. Após participar do 12.º Seminário de Perspectivas da Economia Brasileira, ele disse que as melhores oportunidades de negócios estão no mercado interno. O empresário revelou que 2/3 dos R$ 23,8 bilhões em investimentos no Brasil, a serem realizados pelo grupo no triênio 2010/12, irão para o setor de infraestrutura.
Nos últimos 20 anos, até 2008, cerca de 10% dos investimentos do grupo no setor eram aplicados no Brasil. Em 2009, essa relação chegou a 20% e nos próximos anos a expectativa é de que atinja 50%. Odebrecht não crê que a parcela brasileira ultrapasse esse patamar, uma vez que o setor de infraestrutura tem crescido de forma vigorosa em outras regiões onde a empresa atua, como outros países da América Latina, África e Oriente Médio. "Como estamos em 20 países, será difícil superar", afirmou.
O 1/3 restante do total de investimentos se dividirá, principalmente, entre projetos de etanol (ETH Bioenergia) e petroquímica (Braskem), entre outros. Odebrecht também disse que o grupo já tem contratada a construção de 40 mil moradias pelo programa "Minha Casa, Minha Vida", do governo federal, das quais de 15 mil a 20 mil devem ser entregues ainda neste ano. Em 2009, foram contratadas dez mil residências.
Mão de obra
Em sua palestra, no seminário promovido pela Tendências Consultoria em São Paulo, o empresário chamou a atenção para o gargalo de mão de obra no País, que para ele é grave num momento em que o Brasil mais precisa de profissionais especializados. "Este será um grande entrave ao crescimento econômico", disse. Para enfrentar o problema, o empresário afirmou que a Odebrecht está repatriando parte dos 5 mil funcionários brasileiros que tem no exterior. "Esse problema de escassez ocorre em todos os setores", afirmou.
Odebrecht também advertiu para o alto preço dos ativos disponíveis no País, gerado pelo otimismo quanto ao crescimento da economia. "Muitos deles já estão com os ganhos futuros incorporados aos preços. Quem compra pode não ter muita expectativa de ganho à frente." Para ele, o momento é de garimpar ou esperar oportunidades de mercado, algumas delas em projetos green field (na planta) e em empreendimentos jovens. A estratégia da Odebrecht tem sido a de "não abraçar o mundo". "Estamos nos concentrando em nossos clientes e na abertura de novos mercados", afirmou.
Juros
O presidente do grupo Odebrecht considerou ainda que a elevação em 0,75 ponto porcentual, para 9,50% ao ano, da taxa Selic não será eficaz para desacelerar a demanda, ao mesmo tempo em que prejudicará as empresas que captam recursos tendo a Selic como referência. "Não é essa a questão. Sabemos que o spread no crédito ao consumidor, que é o que move a demanda, continua altíssimo. Um aumento de 0,75 ponto não evita o consumo." Para o empresário, a alta do juro mais à frente reduzirá a capacidade de investimentos das empresas e aumentará a necessidade do governo na captação de recursos para o pagamento de dívidas.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Transnordestina // Lula cobra ritmo às obras de ferrovia

Brasília - A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com outras 19 pessoas para tratar das obras da Transnordestina durou cerca de uma hora e meia, entre 16h10 e 17h40. Segundo fontes do Planalto, no encontro Lula quis saber do ritmo das obras e cobrou pressa na realização delas. O entendimento de Lula, segundo essas fontes, é de que, se a obra não tiver começado por inteiro no seu governo, ela corre o risco de não sair do papel e o presidente não quer que isso aconteça.O presidente, segundo essas fontes, quer que tenha obra e execução de obra em todo o trecho da Transnordestina, desde o Piauí até o Ceará. E no momento, existem trechos que não saíram da fase do projeto. Lula exigiu, no encontro, o máximo de início de obra ainda no seu governo e voltou a se mostrar aborrecido com o andamento do projeto. Lula já vem insatisfeito desde novembro do ano passado quando descobriu que não poderia inaugurar nenhum trecho da ferrovia. Na ocasião, ele chegou a chamar o presidente da CSN, Benjamin Streinbuch, para reclamar do andamento das obras, já que a CSN lidera, junto com a Odebrecht, o consórcio responsável pela Transnordestina.Em Pernambuco, as obras da ferrovia vão ganhar mais duas frentes de trabalho nos próximos meses e gerar mil novos empregos, segundo o governador Eduardo Campos, que esteve na reunião com Lula, bem como os governadores Cid Gomes (Ceará) e Wilson Martins (Piauí). "A expectativa é que uma nova frente de trabalho seja aberta em Arcoverde no próximo dia 15 de maio e um segundo canteiro de obras seja instalado em Cachoeirinha no dia 15 de junho. Com isso, todos os lotes pernambucanos da Transnordestina estarão em obras ainda no primeiro semestre deste ano. São cinco mil postos de trabalho abertos até o mês de julho o que garante o aquecimento da economia no interior do estado", comemorou Campos.